Literatura
Escritores angolanos participam de congresso internacional sobre literatura na Bahia
O secretário-geral da UEA, Adriano Botelho de Vasconcelos, chefia a delegação angolana.
Da Redação, com agência
Luanda – Uma de delegação da União de Escritores Angolanos (UEA), chefiada pelo secretário-geral da instituição, Adriano Botelho de Vasconcelos, encontra-se desde ontem em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, onde, de domingo (13), até o próximo dia 18, participa do XXII congresso internacional de literatura de língua portuguesa.Promovido pela Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa, o encontro tem como propósito o intercâmbio de ideias entre escritores, professores e demais investigadores da literatura lusófona.
Em declarações à Angop, no aeroporto internacional “4 Fevereiro”, em Luanda, o escritor Akiz Neto, que durante o certame vai dissertar sobre “A poeticidade no discurso prosaico de Uanhenga Xitu”, disse que o encontro será uma oportunidade para escritores e pesquisadores da CPLP, europeus e americanos, discutirem temáticas importantes no ensino e domínio da literatura escrita em português.
Considerou salutar a cooperação entre escritores da lusofonia, enfatizando que ela necessita de maior apoio em nível institucional para que se dinamize a publicação de livros de diversos escritores de língua portuguesa, sobretudo, no mundo lusófono.
“É necessário que escritores angolanos possam publicar livros em Portugal, no Brasil, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Timor Leste e vice-versa”, sublinhou.
Relativamente à produção literária em Angola, Akiz Neto é de opinião que a União de Escritores, a Nzila, Kilombelombe e outras editoras têm publicado muitos livros nos três últimos anos, porque tem aumentado o número de escritores bem como a qualidade das obras.
“Embora não tenhamos ainda um número desejável de leitores, estamos realizando feiras do livro e outros eventos, de modo a cultivarmos o hábito pela leitura aos nossos cidadãos”, frisou.
Aconselhou os novos escritores, com realce para a camada juvenil, a aculturar-se cada vez mais, a primar pela investigação, pois “não basta escrever para se tornar escritor”, sublinhou.
Segundo disse, é necessário uma avaliação dos “principiantes” por aqueles que têm maior experiência na arte de escrever, bem como a estreita colaboração entre ambos para se orientar as técnicas literárias a seguir.
Quanto à literatura infantil angolana, Akiz Neto disse ser necessária uma ampla discussão em nível local, pois, a falta de uma crítica assente provoca alguns receios a determinados escritores, impelindo-os a não publicarem as suas obras.
“O número de escritores que escrevem para crianças em Angola ainda é reduzido. Eu tenho aconselhado muitos jovens a iniciarem-se por aí, obviamente acompanhados de perto por escritores experientes”, realçou o poeta e ensaísta.
A comitiva da UEA é integrada também pelos escritores Manuel Rui Monteiro, Kanguimbo Ananáz, Akiz Neto, Abreu Paxi, Carmo Neto, Lopito Feijó, António Pompílio e Domingas de Almeida, sendo que alguns vão dissertar sobre temas específicos enquanto outros vão debruçar-se sobre as suas obras.
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